Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008

A mulher, a amiga e o amante dela

A Maria, a minha melhor amiga, tinha arranjado um namorado.

Andava muito empolgada com ele. Tinha frequentado um workshop de pintura e ele era o professor. Mostrava-me centenas de fotos dela que era ele que à socapa lhe tirava lá no workshop. Qualquer mulher adora a atenção de um homem e ela não era excepção, ainda mais por um homem ligado ás artes, que são a paixão dela.

Não fazia mais nada que me falar nele. Que não sabia o que fazer, já que era um pouco mais velho, estava separado da mulher, mas ainda não estava divorciado. Parece que era por causa dos bens em comum, que eram muitos...

Eu claro, não o conhecia, mas à partida, disse-lhe para não fazer muitos planos, já que era casado. E mantive-me sempre à distância dessa relação, mas sempre perto dela.

Ainda não tinham estado juntos, mas um dia zangaram-se mesmo a sério. Pediu-me, porque tanto um como o outro estavam muito mal, que o conhecesse pois queria saber o que eu achava dele.  Combinou um café entre nós pois achava que eu ia saber explicar-lhe porque é que eles tinham que acabar.

Enfim...Eu na altura era mesmo a pessoa indicada...

Ele conhecia-me de fotos e eu igual. Mas achei-o pequenino. "A Maria é muito mais alta!", pensei assim que sorriu para mim e vi que era ele.

Olhei com atenção para as expressões enquanto falava e reconheci-me. Uma angústia por a ter perdido ! Os olhos brilhavam quando falava nela e parecia que iam brotar lágrimas quando imaginava o fim da "história" deles. Lembro-me que lhe disse que tinha que entender que ela não queria assumir nada porque ele era casado, mas que sabia perfeitamente o que sentia.

Pronto! Tarefa cumprida! Conheci-o e teria que lhe dizer o que achei.

Disse-lhe que sem dúvida gostava dela, mas que era ela que tinha que decidir se levava a história adiante porque de facto ele era casado e não pretendia num futuro muito próximo alterar essa condição. Foi o que achei. Um homem quando está anos para se divorciar e não o faz por "conveniências" materiais, optando por fazer uma vida paralela não é de confiar. Confidenciou-me que já tinha tido outras mulheres. A Maria sabia disso, porque quando lhe disse, até me disse que uma das conquistas era muito linda...

Bem, mais valia ter estado quietinha no meu canto.

Só sei que passados uns 2 ou 3 dias ela me ligou muito entusiasmada. Que ia dormir com ele a casa dele.

" E a mulher?"

" Parece que foi passar uma semana ao Alentejo"

Bem, ela é que sabia. Nem sequer disse nada.

No dia seguinte, estava felicíssima.

"Ele é uma bomba!". "Ele acha que és uma Santa!". "Faz questão que venhas cá um dia jantar connosco!"

"Pois, era semana de festa para eles!" (Mulher fora, semana santa na loja)

Disse-lhe que iria uma noite, sim senhor.

E fui. Eram aí umas 22 ou 23 horas.

Que enorme recepção ele me fez! Tudo "afrodisíaco" ! Búzios, camarão, bom vinho verde, pastas de tudo e mais alguma coisa...

Só o conheci verdadeiramente depois quando falávamos no msn. Parece que era muito possessivo com a Maria. Ela começou a andar cansada dele e a fugir. Dizia-lhe muitas vezes que tinha saído comigo, algumas que eu nem sabia. Quando me apercebi, pedi-lhe para me dizer sempre que lhe mentia, pelo menos para eu saber, pois ligava-me para o telemóvel.

"Mas o que tens que lhe dar explicações onde estás ou não?". "Porra, o gajo é que é casado!"

"Não o conheces! É tão possessivo e tacanho!"

Comecei a ter que gramar com ele, a perceber os seus joguinhos para tentar tirar-me nabos da púcara. O gajo tirava-me do sério!

Até que começou a tentar "cortejar-me " a mim. Que ela era muito complicada. Disse-me depois a Maria:

"O António acha-te muito sensual! Só queria que visses a doideira quando foste jantar a casa dele!"

Bem, descodifiquei uma série de coisas estranhas que me andavam a acontecer na net...

Era o António, de certeza ! Mas não disse nada à Maria, pois aquilo já durava há muito tempo, ainda estavam eles bem.

Confrontei-o com aquilo e não negou. Antecipou-se a mim a contar à Maria. "Sabes, era só para ver se dava conversa aos homens que se metiam com ela na net..."

Bem, assinou a sua "sentença de morte". Disse-lhe que não lhe admitia esses jogos, ainda mais porque o tinha como um grande amigo e ele sabia bem que sempre tinha tentado minimizar entre eles a porcaria que ele fazia. Pediu-me desculpa milhões de vezes. Era a minha oportunidade de acabar a "amizade" com uma pessoa tão "tacanha" e pouco inteligente como ele era ( apesar da bagagem que tinha).

A Maria ainda continuou a "aturá-lo", mas aproveitei a deixa e nunca mais falei com ele...sem ser para lhe perguntar se era o tal joaocosta32@hotm... que me tinha adicionado, apesar de ter sido antes de me ter chateado com ele.

 

 

 


publicado por darkbook às 17:45
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Quinta-feira, 18 de Setembro de 2008

Lost :(

Durante 6 longos meses, mergulhei numa "escuridão" terrível.

Este foi o período mais "dark" da minha vida.

Não sabia que fazer, a solidão e uma depressão profunda apoderou-se de mim.

O meu ex, o Alexandre, começou a infernizar-me a vida. Hoje damo-nos relativamente bem, porque ele entendeu que era melhor assim.

Penso que sentia ciúmes, apesar de viver com outra pessoa.

Aqueles convites que recusava sempre, comecei a aceitar.

O tal cliente de Paris, não fazia mais nada que me ligar. Que sonhava comigo quase todas as noites. Começou a vir a Portugal praticamente de 15 em 15 dias. Sempre que chegava ligava-me. Jantámos muitas vezes. No dia dos namorados, ligou-me ás 7 da manhã. Se podia jantar com ele nesse dia. Sinceramente, sem namorado, nem me lembrei que dia era. Perguntei-lhe se estava em Portugal e disse-me que só ia marcar voo se jantasse com ele. Bem , aceitei. Ele era muito educado. Foi uma noite bem passada e no fim dormimos juntos. Sentia-me sozinha. Talvez o sexo ajudasse. Tretas, mas foi o primeiro de mais 3 ou 4 amantes.

O pior depois era terminar o que não queria que continuasse.

Realmente, só o amor é real. Sexo sem amor e sem paixão não vale um "telho"!

Com o E. foi sexo de 1 noite. Ainda me ligou muitas mais vezes, mas educadamente disse-lhe que não tinha sido como esperava. Ficou "ferido" no orgulho de "homem" e não insistiu. Dizer-lhes que o sexo não é bom, funciona sempre!

O M. foi o amante seguinte. Com ele era mesmo bom! Não me chateava nada. Tinha 25 anos. Era engraçada a maturidade dele. Era motard, e andava sempre em competições pelo País. Eu fazia  a minha vida, ele a dele. Às vezes trocávamos sms. Mas só quando nos queríamos encontrar. De resto, nem ele me exigia nada e nem eu a ele. E divertíamo-nos imenso quando estávamos juntos. Terminámos como bons amigos.

O P. serviu para 1 tarde de Verão e para uma noite. Sexo mediano :D . A segunda vez que estive com ele foi só mesmo para tirar "dúvidas" da primeira! Esse foi mesmo difícil acabar, porque achava que era o maior com as mulheres. Pedi-lhe por tudo para não me enviar mais sms, não me ligar e não me procurar, porque eu tinha outra pessoa de quem gostava (era mentira, era só para acabar). A resposta dele:" Eu sei que me amas, isso só pode ser para te divertires, mas acaba rápido!" Só muito mais tarde, quando já estava com a pessoa que ainda estou hoje (vamos fazer 1 ano juntos este mês), me deixou em paz.

O V. foi horrível. A pior experiência em termos de sexo da minha vida. Foi a prova que o tamanho não conta :D ! Era horrível ! Quando lhe comecei a dizer que "Não" queria sair mais com ele, ficou incrédulo! Acho que se vangloriava do tamanho!

Depois acabou. Não queria mais amantes, sexo!

Só pensava em dormir, tal era a depressão em que tinha caído.

Só os meus filhos me faziam levantar da cama.

O Alexandre começou a invadir a minha casa. Os meus filhos pediram-lhe todas as chaves que tinha, que não se queriam chatear com ele. Passado um ano mandava-me mensagens assustadoras. Que lhe tinha destruído a vida. Que não aguentava ficar longe dos filhos. Que lhos tinha roubado. Entendia-o e sentia-me culpada. Eu não estava feliz. Só aparentemente.


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Terça-feira, 16 de Setembro de 2008

A Pochette perdida...

Como é possível alguém provocar em nós um estrago tão grande, como o que foi para mim conhecê-lo?

A minha relação de amor/ódio com o Guilherme, durou uns 6 ou 7 meses. Este tempo todo porque eu insisti, mas segundo ele, parece que se eu tivesse terminado logo quando "me pediu" talvez ainda hoje durasse só a de amor. Estúpida então, certo? Só tinha que acatar as suas ordens e a sua vontade, se gostava dele, e esperar sentadinha e quietinha para ele reflectir e depois, demorasse o tempo que demorasse, ver se queria continuar a ver-me ou não...Pois...

Ainda nos vimos umas 3 vezes.

Em Julho e Agosto, falávamos via msn, telemóvel e trocávamos sms. Ele já estava farto de mim. Em Agosto encontrámo-nos numa praia no Algarve. Uma praia a meio caminho . Ele ia para Espanha de férias e eu sabia que aquilo estava no fim. Ofereci-lhe um livro, que curiosamente me tinha sido oferecido pela Sílvia uns dias antes.

Sim, a Sílvia do Luís ! Ela sabia que dentro do que aconteceu, eu tinha sido honesta com ela.

O livro era de Weiss  e tinha o título "Só o amor é real" ( tenho pena de meses mais tarde ter voltado  a traí-la, mas ele insistia quando me sentia carente, não sei como adivinhava).

Aquela tarde passada com o Guilherme naquela praia foi talvez das melhores a minha vida. Tinha levado uma bola para jogar com os meus filhos, mas nunca os chegou a conhecer, porque entretanto recebeu uma chamada sobre as férias e teve que ir. Azar o dele não ter conhecido os meus filhos. Não sei se notou, mas fiquei a chorar.

Durante esses 15 dias 1 vez ou 2 desligou-me o telemóvel. Começou aí a minha raiva e o meu ódio. Nunca me tinham feito isso e dessas vezes não mereci. Durante 1 semana não tive notícias dele. Já em casa disse-me : "Perdi a POCHETTE!" Tive vontade de me rir à gargalhada, mas gostava tanto dele. Que homem diz "POCHETTE"?!

Marcou um jantar com um amigo muito "betinho" porque eu e a Maria íamos a Lisboa. Na Sexta à noite e pressentindo que seria a última vez que o veria, convidei-o para sair na minha zona. Até pensei que não aceitasse. Tinha convites para uma discoteca a que ele mais tarde se iria referir "Grande discoteca", para uma desconhecida que se meteu com ele no Hi5 e que uma vez mais com o mesmo entusiasmo com que adicionou no msn a adicionou a ela (e que era eu com outro nome, claro está!).

Fizemos amor no carro num pinhal. Para ele aquilo não correu muito bem e chegou ao cúmulo de me pedir desculpa. Afinal ele tinha sentimentos, só que não era por mim. A euforia do brinquedo já tinha passado. Pelos vistos aborrecia-o eu querer mais que sexo e começou com aquelas coisas que lhe tinha "invadido a privacidade". 

No sábado, quando entrei no carro dele com a Maria, olhou-me e senti que me achou bonita. Fez um gesto de um homem quando se sente atraído por uma mulher. Eu senti.

O Luís nessa altura andava mesmo chato para comigo. Tinha sabido pelo meu cunhado (irmão da Sílvia, o gay :)) que eu tinha saído com um homem e louco de ciúmes não me largava. Nesse sábado, tive que desligar o telemóvel. Começou a ligar para o da Maria. Foi um jantar infernal.

Tinha acabado a história que podia ter sido bonita com o Guilherme.

Marcámos depois um jantar de despedida na Expo. Passei o jantar todo com lágrimas nos olhos, que nem sei como não saltaram.

A partir daí passei a fase mais negra da minha vida. Sentia-me perdida no mundo.

Comecei a infernizar-lhe a vida e a magoar-me.

Fui fazer um curso para Lisboa. Ainda lhe liguei e pedi-lhe para me ajudar. Não estava nada interessado. Se pelo menos tivesse sido meu amigo, não teria caído tão fundo...

 

 


publicado por darkbook às 17:12
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Blind date

Agora sim, seria um blind date.

Ofereceu-me uma noite maravilhosa, isso não posso negar. Ele esforçou-se.

Morava com uma irmã em Lisboa. Numa Sexta à tarde parece que ela ía sair durante o fim de semana. Acho que me mandou sms a dizer que "a costa estava livre". Fui de comboio. No sábado tinha um almoço de família, a que é claro ía faltar. A estação de comboios fica a 6 kms de minha casa. Não é que a minha família se lembrou de ir almoçar a um restaurante em que passavam pela estação e logicamente viam o meu carro? Mas o mais engraçado é que ficaram a pensar que tinha ido com a minha amiga Maria, que foi para o Porto e também lá deixou o carro. Enfim, é o que digo, a minha vida parecia a de uma adolescente.

Voltando ao blind date;

Levou-me a jantar (pagávamos sempre a meias) e fomos a um bar / "danceteria"? de música africana. Ele adorava especialmente a cultura Cabo Verdiana. Falava muito bem várias línguas, incluíndo o crioulo de Cabo Verde.

Bem , eu estava nervosa. Pois! Tinha 36 anos e 3 filhos! Ridiculo, mas estava. É assim: Eu tinha estado em toda a vida com 2 homens. O Alexandre, que a certa altura pensei que tivesse que ser o único toda a vida, e que hoje acho que nunca amei verdadeiramente, e o Luís, que foi aquela "coisa" que me fez romper com muitos anos de frustração. Agora era diferente ( ok, todas o são ), mas um diferente mesmo diferente :). Eu gostava de tudo nele. Queria mesmo amá-lo, não era sexo que eu queria.

Senti que apreciava o meu corpo : " eu gosto de ver " enquanto me despia. Eu olhava-o e preferia apreciar as suas expressões. Não me lembro do corpo dele. Esperava ter tempo de o curtir. Devia ter tomado mais atenção, porque ia haver pouco tempo. Não vou descrever o sexo, porque sinceramente não me lembro,acho que foi natural como o que sentia por ele. Lembro-me da manhã, de tomarmos banho juntos, de ele comer uma fatia de pão de milho com manteiga de amendoim, de confidências dele e da sua expressão triste, depois de uma noite de euforia, era uma tristeza serena, mesmo feliz  diria. Senti-o aliviado, nem sei bem de quê, mas aliviado. Falava comigo a olhar para o vazio, que a seu tempo continuaríamos aquela conversa, com a cabeça deitada no sofá da sala. Fiz-lhe um "cafuné". Porra, nem me lembro da côr do sofá! Quero imaginá-lo numa casa onde já estive e não consigo, tão grande era o amor que lhe tinha e que me fizeram desviar a atenção de tudo, para absorver gestos e palavras.

Sim, quando acordámos fizemos amor!

Eu sei que me amou. Por pouco tempo, mas amou. Ele não era capaz de mais. Hoje tenho a certeza que ainda não sabe amar mais do que me amou a mim.

 

 

música: começar de novo

publicado por darkbook às 00:56
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Sábado, 30 de Agosto de 2008

Momentos...

No meio da imensa intriga que existia, eu e o Luís tentávamos viver uma vida paralela, cheia de momentos que apesar de inesquecíveis, hoje só me deixam saudades porque sei que foram vividos com imensa paixão e loucura pelos dois.

Sei que ele, mais que eu, hoje tem muitas saudades desses tempos e tenho plena consciência que os queria repetir, mas aprendi que ele não é fiel. Nunca mais, nem que ainda hoje sentisse alguma coisa por ele voltaria a viver esses momentos. Homem que trai 1 vez trai muitas mais (adiante vão saber porque o digo).

Mulher "ferida" e "mal amada" (pelo menos como pretendia) durante 18 anos, deixei-me levar em 4 meses intensos. Mas aprendi que "Só o amor é real". Todo o resto são ilusões, decepções...

Enquanto durante a semana trabalhava, tratava do divórcio, acompanhava os meus filhos (que não queria que saíssem muito "beliscados" com a mudança brusca da minha vida), tinha encontros fortuitos, intensos e "secretos"com o Luís, à noite dormia "amedrontada" com pressões, medos, ameaças.

A Sílvia voltou ao trabalho, cumprimentava-me e disfarçava a insegurança que sentia. O Luís iria abandonar a  casa e também já andavam a preparar o divórcio (que nunca se concretizou). Ela jogava todas "as cartadas" para o prender e evitar que a abandonasse. Lembro-me que antes de ele se mudar para o apartamento que alugou, ela o aliciou com um fim de semana no Hotel preferido dele. O Tivoli em Vilamoura. Para ele "arrumar as ideias". Ele claro, aceitou (é muito fútil, com a mania de grandezas que não tem, o que não tem nada a ver comigo). Mas ligou-me, para ir ter com ele. Parecia loucura da minha parte, mas "louca" como andava, fui. Ele iria na Quinta ou Sexta e regressaria no Domingo. Eu só pensava como poderia ir ter com ele, sem ninguém saber. A Sílvia comunicou ao irmão e "como quem não quer a coisa" alertou-o para me vigiar. Afinal ainda não éramos divorciados. No sábado à tarde disse aos meus filhos que ía ter com ele, mas que ninguém podia saber(eram os meus confidentes) . O Alexandre, que controlava os meus passos por terceiros, soube que ìa passar a noite fora. Tenho a certeza que ainda hoje não sabem que à Meia-noite dirigi-me para lá e em 2 horas e picos estava com ele no Hotel. A noite foi espectacular. Quando lhe disse que daí a meia hora estaria lá com ele (eram 3 da manhã), mandou o serviço do Hotel preparar no quarto uma recepção "à filme" de amor. Estava frio ( Janeiro), mas a noite foi verdadeiramente "hot".

No Domingo chegámos, e para ninguém desconfiar, deixei-o numa estação que ficava apenas a 20 Kms de casa. Chegou como tinha ido, de "expresso".

Na segunda, a minha vida continuou como até aí, e ele na semana que se seguiu mudou-se para o novo apartamento que alugou...sozinho. A Sílvia sabia que estava derrotada, e sozinha em casa começou a bombardear-me com sms. Que eu era uma ignorante, que a única pessoa que ele amava era ela. Sms que me faziam sentir "pena" dela, mas que paciente soube esperar por um homem que amava, mas que não a amava a ela. Sei que passou 4 meses " angustiantes e solitários" em detrimento dos meus "loucos e de muita paixão", apenas salteados de pesadelos proporcionados pelo Alexandre, que ia gerindo com muito cansaço. Mas, como tudo na vida, tudo tem um fim...

 

 


publicado por darkbook às 08:58
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Terça-feira, 19 de Agosto de 2008

Revelação

Pronto.

Não havia mais maneira (não faz parte do meu feitio) esconder das pessoas o que se passava. Questionei o Luís para o caso de alguém saber. Disse-me que também ele precisava de acabar com um casamento que não lhe dizia nada, que me amava, que era comigo que queria ser feliz e blá, blá, blé , essas coisas que se dizem.

A Sílvia, a minha cunhada, trabalhava comigo. Tínhamos um negócio de família (da parte deles, eu era apenas a esposa, cunhada e nora) do qual já tinha deixado bem claro que queria sair após o divórcio que afinal nunca me ajudaram a concretizar. Aliás, tinha sido para isso que ela para lá tinha ido, para se inteirar do negócio, que eu liderava há anos, para que eu pudesse sair.

Passado o Natal e Ano Novo (penso que dia 6 ou 7 de Janeiro de 2006) eram umas 6 da tarde, chamei a Sílvia ao café que havia ao lado da empresa.

Não lhe contei todos os pormenores, óbvio, mais para não a ferir. Disse-lhe que se passava algo entre mim e o marido. Que eu andava muito carente e não sabia o que sentia. Pedi-lhe por tudo, se amava o Luís para o encostar à parede e para o desculpar. Ele na verdade não me deixava em paz. Telefonava milhões de vezes para a empresa e se fosse ela a atender desligava, se fosse eu colocava o telemóvel ao lado do cd com a "nossa" música (que vou postar aqui).

Ela riu-se de mim. Não gostei. Estava -me a ser tão difícil ter aquela conversa com ela e ela riu-se de mim, da minha honestidade. Porque eu na altura adorava aquele homem. Estava apaixonada. Sim, apaixonada, não era amor. Mas queria que ela lutasse e o roubasse. Era dela, não era meu.

Usou a expressão, no gozo :" Não me digas que achas que ele está apaixonado por ti?"

Eu só disse: " Ok, faz como entenderes, pelo menos tirei um peso de cima"

Telefonei ao Luís e disse-lhe que lhe tinha contado tudo mais ou menos. Pareceu-me meio chateado. Como já tínhamos falado disso, achei-o com medo, e disse-lhe isso. Disse-me que era só porque devíamos ter falado mais a sério como havíamos de fazer. Não lhe liguei mais. Preferi. Ia esperar para ver.

No dia seguinte, ela não foi trabalhar. Ligou para os irmãos, que ia estar fora 4 ou 5 dias.

Até aí não sabia o que se tinha passado. Estava à espera que o Luís me dissesse algo. E disse, passadas umas horas. Que na noite antes, quando chegou a casa, ela lhe perguntou o que se passava entre nós e ele respondeu simplesmente que "Sim, eu gosto muito dela". Não dormiram e na manhã seguinte discutiram o que iam fazer. Ela tinha entendido o que lhe havia pedido no dia antes.

Pediu-lhe que ficasse com a filha e que ela ia de férias para um local que ninguém haveria de saber. Que levava apenas o telemóvel para não ficar incontactável. Contou-me ele.

Só nós três sabíamos o que se passava.

O meu ainda marido, a minha sogra, o meu cunhado interrogavam-se sobre o que se passava.

Desde o dia que fiz amor com o Luís nunca mais estive com o Alexandre (o meu marido).

Aguardava que a Sílvia regressasse para me ajudar ou me dar alguma luz. Mas isso aconteceu mais rápido que o que alguém possa imaginar.

Foi a mim que ligou, em perfeito pânico, às 4 da manhã da primeira noite de "férias"... E eu fui prontamente ter com ela e ajudá-la. Estava a 70 Kms da minha casa. Só me pediu:

"Por favor, não te demores, preciso de ti, rápido!"

Dei uma desculpa qualquer ao Alexandre, que por acaso nessa noite estava em casa (andávamos mal e dessa vez nunca quis fazer as pazes, não podia fazer amor com 2 homens), disse-lhe que a irmã estava mal com o marido e que ia ter com ela. Só me perguntou "mas porquê tu?". Não lhe dei resposta e fui ter com ela.

A música que vou postar aqui era "a nossa música". Hoje deprime-me e entendo que realmente a música mexe muito com as pessoas quando se sentem infelizes.

 

 

 

música: qualquer cd Within Temptation

publicado por darkbook às 16:37
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