Creio que foi o sorriso.
O sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz lá dentro.
Apetecia entrar nele, tirar a roupa,
ficar nu("a") dentro daquele sorriso,
correr, navegar, morrer naquele sorriso.
Eugénio de Andrade
Na altura refugiava-me na música e na poesia;
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
Pablo Neruda
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