Não consigo passar para aqui "o antes" e "o depois" do Guilherme. É muito profundo. Uma mulher sabe e sente quando um homem pensa nela. Eu absorvia os pensamentos dele, isso ele nunca vai poder negar. Achava algumas vezes, que o problema era dele e que no fundo, sem ele se aperceber, sem querer, gostava de mim.
A minha vida tinha mudado de 8 para 80 em tão poucos meses e tinha sido muito desgastante ter gerido essa mudança. Ele não sabia disso.
Eu sentia que podia tudo, que todos os homens me queriam, tal era o assédio que tinha na altura. Não lidei bem com o facto de querer um e esse me rejeitar, com a agravante que sentia que me tinha usado.
Aprendi a conhecê-lo nos 2 ou 3 meses que durou o nosso encantamento. Era muito inseguro, apesar da "arrogância" provocada pela grande bagagem cultural que tinha. Tinha 31 anos, que tenho a certeza passou a "cultivar-se". Queria agora gozar a vida. Tinha a sua lógica. Não era feliz antes de me conhecer e agora nem sei. Se soubesse que estava feliz, acho que me fazia bem.
"Idolatrava" um amigo, o Hugo. Falou-me vezes sem conta dele. Um entusiasmo e os olhos brilhavam. Dizia que era o melhor amigo dele. Parece que tinha estado para casar com uma mulher que o trocou por outro. Eram da mesma "Terrinha". O Guilherme aproximou-se dele nessa altura, e a partir daí, pelas palavras do Guilherme, eram confidentes e conheciam-se "como a palma da mão". Bem, fiquei curiosa! Estava noivo de novo, mas agora parece que era ele que estava sempre " a enfeitar" a nova noiva e que não havia mulher que lhe escapasse. O Guilherme "delirava" cada vez que falava nele. Achei depois que talvez o tentasse "igualar" nos feitos com as mulheres, para ter assunto.
O Hugo também trabalhava em Lisboa, vá arredores, e ao fim de semana ía à terrinha deles.
Nessa altura eu ía todos os dias para Lisboa.
O Guilherme tinha-me magoado muito e se não me tivesse depois ofendido com expressões como "desampara-me a loja", "deslarga-me a braguilha", "variada dos cornos". Sim, isso.
Eu queria ver o que tinha acontecido e o que eu tinha significado para ele.
Criei uma página no Hi5, com a foto de uma amiga e com outro nome.
Fui visitá-lo e deixei uma mensagem.
Tótó, caiu logo. Ficou com aquela euforia de novo. Tinha sido tão parva e tão ingénua.
Criei um novo email e adicionou-me . Podia ter feito aquilo durar, mas não, não me contive quando "me falou de mim"...
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