No meio de tudo o que fiz mal e que era irreversível (ter-me envolvido logo com o meu cunhado), tentei que não passasse daquilo. Mas os telemóveis de toda a família dele não paravam de passar verdades e mentiras durante dias e noites. Tentavam descortinar uma história que tinha sido como lhes tinha sido contada, mas que insistiam em fazer muito maior e mais escandalosa.
Como se gere uma empresa após um escândalo destes?
Alertei o Alexandre, que me ia embora. Foi ele que aceitou lá a irmã, que era formada em gestão de empresas e tudo. Tentei fazê-los ver que seria pior se não fossem discretos e que pela minha parte, podiam ter a certeza que nunca me envolveria com o Luís aos olhos das pessoas com quem se relacionavam.
Modéstia à parte, sei que sempre fui o alicerce daquela empresa. Eles achavam que não. Tinham muito a perder se saísse, mas para mim era um alívio ver-me livre deles.
Não, não ligo a bens materiais, mas deixei que me envolvessem num "balão" de dívidas, avales, quando já sabia que queria fugir daquela vida de "faz de conta" que somos ricos.
E foi o descalabro completo.
Espalhou-se como uma bomba.
Estavam "feridos" no orgulho. Tanto a Sílvia como o Alexandre. Depois a minha sogra, o meu cunhado ( o irmão da Sílvia e do meu marido). Quiseram ver-me a rastejar.
O Luís, diga-se a verdade, além de nada poder fazer, porque era eu que estava envolvida "até aos cabelos " com eles, continuou na vida dele. Tinha o seu emprego, ganhava razoavelmente bem. Saiu de casa e arranjou um pequeno apartamento para viver. Apoiava-me e estava sempre a ligar-me. Encontrávamo-nos várias vezes, longe dali e dava-me força.
Tentei não entrar nos jogos sujos que me "propunham".
Começaram as ameaças do Alexandre.
Nas noites que se seguiram, ligava-me vezes sem conta. Eu pedia aos meus filhos que fossem dormir com ele, para que pudesse dormir uma noite por semana. Foram algumas vezes. E ele parecia entender que não havia nada a fazer.
Eu ainda não tinha dito nada à minha família. Iam sofrer um choque. Afinal a filha que julgavam ter uma vida muito feliz, estava a "desgraça-la". Eu andava a ganhar coragem e acho que era uma decisão que me competia a mim. Afinal era eu que vivia uma vida "de faz de conta" há anos.
Foi ele, que num café da aldeia onde morávamos, tratou disso. A minha mãe, pessoa humilde, estava a tomar café com amigas. Ele, em pleno balcão, só lhe disse: "Sabe que eu e a Ana estamos a tratar do divórcio?".
A minha mãe não acreditou e ligou-me de seguida. Eu estava a trabalhar e disse-lhe que ia à noite falar com eles.
Expliquei-lhes que não tinha nada a ver com o que eles iam ouvir dizer. Que sim, que era verdade, que a minha cunhada e o marido também estavam a separar-se, mas que a minha decisão não tinha nada a ver com isso. Ficaram chocados, mas não sabiam o que dizer.
Começamos a tratar do divórcio passados poucos dias. Seria amigável, porque os meus filhos o pressionaram. Sem eles nunca teria conseguido. A advogada foi escolhida pelos dois. Hoje ela entende um pouco como era a personalidade dele. Alterou o acordo 3 vezes. À terceira vez pensei que ìa desistir de tratar do meu divórcio. Ele fazia questão de levar as minutas para casa, antes de assinar e ler e reler tudo. Lembro-me uma noite, eram 3 ou 4 da manhã, bateu-me à porta. Queria que eu lesse o acordo. Nem me lembro bem, mas penso que tinha a ver com as visitas a casa aos filhos. Que não podia ir lá a partir das 23 horas. Aceitei tudo o que ele pediu. Inclusivé que podia ir a casa sempre que entendesse.
A advogada ligou-me à noite a perguntar-me se eu tinha noção do que ìa fazer. Eu só queria ver-me livre daquilo o mais rápido possível. Mas ele sabia bem o que estava a fazer...
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. letra M
. Mais um fenómeno do Entro...
. Mariana
. O contas
. Sr. Engº de cimentos técn...